
Uma menina que nasceu completamente sem sangue no corpo já começou a ir à escola, quatro anos depois de ter feito uma recuperação milagrosa. Todo o suprimento de sangue de Maisy Vignes foi absorvido por sua mãe, Emma Vignes, de 31 anos, durante os estágios finais de sua gravidez. Mas o bebê sobreviveu, para grande perplexidade dos médicos, que disseram que esse é um caso inédito.
Temia-se que Maisy, que nasceu seis semanas prematuramente em dezembro de 2009, teria seu cérebro danificado por ter sido privada de oxigênio quando ainda estava no útero de sua mãe. Mas depois de duas semanas de tratamento intensivo, durante o qual ela recebeu três transfusões de sangue, a menina passou normalmente por todas as etapas de desenvolvimento e agora, com a idade de quatro anos, está impressionando seus professores na escola.
Vignes, ex-recepcionista de hotel, disse: “Foi uma situação inacreditável – nenhum dos médicos havia ouvido falar em algo dessa natureza antes. Me disseram que houve casos anteriores de crianças que nasceram com pouca quantidade de sangue, mas Maisy tinha um nível de hemoglobina equivalente a zero.”

Emma experimentou uma gravidez sem problemas ou qualquer complicação até a 34ª semana. Ela disse: “Eu tinha a sensação de que algo estava muito errado. Eu estava com um inchaço preocupante e Maisy havia parado de se mover completamente no útero. Eu fui ao hospital no dia seguinte para me consultar e, antes de entender o que estava acontecendo, já estavam me dizendo que eu precisava fazer uma cesariana de emergência imediatamente.”
Logo após Maisy nascer, a recém-nascida foi levada às pressas para a UTI. A mãe dela lamenta: “Eu não tive a chance de vê-la logo após o parto. Ela foi levada pelos enfermeiros, que corriam para lá e para cá para me manterem atualizada. Mas todo mundo estava visivelmente muito triste e sério. E então eu soube, menos de uma hora depois, que Maisy não tinha sangue algum – só um plasma fino correndo por suas veias. Os médicos tentaram encontrar veias, mas não conseguiram. Minha filha teve que receber a primeira de suas transfusões de sangue através do cordão umbilical”, disse Emma.
No momento em que a senhora Vignes foi capaz de ver sua filha pela primeira vez, seus aparelhos de respiração foram retirados, mas ela ainda estava sendo alimentada através de um tubo. Maisy estava cercada por fios, mas parecia mais forte do que todos esperavam, mesmo não podendo ser amamentada. De acordo com Mook Vignes, pai da criança, “Maisy recebeu mais duas transfusões de sangue e uma transfusão de plaquetas ao longo de duas semanas. Ela foi capaz de voltar para casa no dia de Natal, o que foi o maior presente que poderíamos imaginar.”

O casal observou sua filha cuidadosamente, sob imenso stress. Eles foram alertados sobre o possível caso de danos cerebrais permanentes na menina. Emma disse: “Nós fomos alertados que Maisy poderia ter sofrido danos cerebrais por conta da carência de oxigênio.”
O melhor sinal de saúde cerebral seria Maisy conseguir falar sua primeira palavra antes dos 18 meses de idade. Se ela o fizesse, isso seria um bom indicador de que seu cérebro estaria se desenvolvendo da maneira correta. “Quando ela falou sua primeira palavra – “Papai” – aos 15 meses, foi um enorme alívio e um momento muito emocionante para nós dois”, disse Mook.
O casal e especialistas dizem que continua a ser um mistério como e por que Maisy nasceu sem sangue. Para Emma, o caso ainda é confuso. “Meu sangue foi testado e eles descobriram que todo o sangue de Maisy foi absorvido por mim, o que explica o inchaço. Mas ninguém sabe exatamente por que isso aconteceu. Normalmente, quando há inchaço, há hemorragia interna. Então a melhor teoria que conseguiram imaginar foi que as membranas do útero absorveram o sangue vazado por um rompimento no cordão umbilical. Mas me foi dito que provavelmente essa será uma pergunta sem resposta definitiva por um bom tempo”, disse.